domingo, 20 de outubro de 2013

Doenças causadas por Plateomintos

Esquitossomose

Infecção causada por verme parasita da classe Trematoda. Ocorre em diversas partes do mundo de forma não controlada (endêmica). Nestes locais o número de pessoas com esta parasitose se mantém mais ou menos constante.
Os parasitas desta classe são cinco, e variam como agente causador da infecção conforme a região do mundo. No nosso país a esquistossomose é causada peloSchistossoma mansoni. O principal hospedeiro e reservatório do parasita é o homem sendo a partir de suas excretas (fezes e urina) que os ovos são disseminados na natureza.
Possui ainda um hospedeiro intermediário que são os caramujos, caracóis ou lesmas, onde os ovos passam a forma larvária (cercária). Esta última dispersa principalmente em águas não tratadas, como lagos, infecta o homem pela pele causando uma inflamação da mesma.
Já no homem o parasita se desenvolve e se aloja nas veias do intestino e fígado causando obstrução das mesmas, sendo esta a causa da maioria dos sintomas da doença que pode ser crônica e levar a morte.
Os sexos do Schistossoma mansoni são separados. O macho mede de 6 a 10 mm de comprimento. É robusto e possui um sulco ventral, o canal ginecóforo, que abriga a fêmea durante o acasalamento. A fêmea é mais comprida e delgada que o macho. Ambos possuem ventosas de fixação, localizadas na extremidade anterior do corpo e que facilitam a adesão dos vermes às paredes dos vasos sanguíneos.
Ciclo de Vida

  • Os vermes adultos vivem no interior das veias do interior do fígado. Durante o acasalamento, encaminham-se para as veias da parede intestinal executando, portanto, o caminho inverso ao do fluxo sanguíneo.
  • Lá chegando, separam-se e a fêmea inicia a postura de ovos (mais de 1.000 por dia) em veias de pequeno calibre que ficam próximas a parede do intestino grosso. Os ovos ficam enfileirados e cada um possui um pequeno espinho lateral. Cada um deles produz enzimas que perfuram a parede intestinal e um a um vão sendo liberados na luz do intestino.
  • Misturados com as fezes, alcançam o meio externo. Caindo em meio apropriado, como lagoas, açudes e represas de água parada, cada ovo se rompe e libera uma larva ciliada, o miracídio, que permanece vivo por apenas algumas horas.
  • Para continuar o seu ciclo vital, cada miracídio precisa penetrar em um caramujo do gênero Biomphalaria. Dentro do caramujo, perde os cílios e passa por um ciclo de reprodução assexuada que gera, depois de 30 dias, numerosas larvas de cauda bifurcada, as cercárias.
  • Cada cercária permanece viva de 1 a 3 dias. Nesse período, precisa penetrar através da pele de alguém, por meio de movimentos ativos e utilizando enzimas digestivas que abrem caminho entre as células da pele humana. No local de ingresso, é comum haver coceira. Atingindo o sangue, são encaminhadas ao seu local de vida.

  • Sintomas:
    No momento da contaminação pode ocorrer uma reação do tipo alérgica na pele com coceira e vermelhidão, desencadeada pela penetração do parasita. Esta reação ocorre aproximadamente 24 horas após a contaminação. Após 4 a 8 semanas surge quadro de febre, calafrios, dor-de-cabeça, dores abdominais, inapetência, náuseas, vômitos e tosse seca.
    O médico ao examinar o portador da parasitose nesta fase pode encontrar o fígado e baço aumentados e ínguas pelo corpo (linfonodos aumentados ou linfoadenomegalias).
    Estes sinais e sintomas normalmente desaparecerem em poucas semanas. Dependendo da quantidade de vermes a pessoa pode se tornar portadora do parasita sem nenhum sintoma, ou ao longo dos meses apresentar os sintomas da forma crônica da doença: fadiga, dor abdominal em cólica com diarréia intermitente ou disenteria.
    Outros sintomas são decorrentes da obstrução das veias do baço e do fígado com consequente aumento destes órgãos e desvio do fluxo de sangue que podem causar desde desconforto ou dor no quadrante superior esquerdo do abdômen até vômitos com sangue por varizes que se formam no esôfago.
    Tratamento:
    O tratamento de escolha com antiparasitários, substâncias químicas que são tóxicas ao parasita.
    Atualmente existem três grupos de substâncias que eliminam o parasita, mas a medicação de escolha é o Oxaminiquina ou Praziquantel ou, que se toma sob a forma de comprimidos na maior parte das vezes durante um dia.
    Isto é suficiente para eliminar o parasita, o que elimina também a disseminação dos ovos no meio ambiente. Naqueles casos de doença crônica as complicações requerem tratamento específico.
    Prevenção:
    • Identificação e tratamento dos doentes.
    • Saneamento básico
    • Combate ao caramujo, hospedeiro intermediário
    • Educação em saúde.
    Teníase


    A teníase é uma doença causada pela forma adulta das tênias, Taenia solium, do porco e Taenia saginata, do boi). Muitas vezes, o paciente nem sabe que convive com o parasita em seu intestino delgado.
    As tênias também são chamadas de "solitárias", porque, na maioria dos caso, o portador traz apenas um verme adulto.
    São altamente competitivas pelo habitat e, sendo hermafroditas com estruturas fisiológicas para autofecundação, não necessitam de parceiros para a cópula e postura de ovos.
    O homem portador da verminose apresenta a tênia no estado adulto de seu intestino, sendo, portanto, o hospedeiro definitivo. Os últimos anéis ou proglótides são hermafroditas e aptos à fecundação. Geralmente, os espermatozóides de um anel fecundam os óvulos de outro segmento, no mesmo animal.
    A quantidade de ovos produzidos é muito grande (30 a 80 mil em cada proglote), sendo uma garantia para a perpetuação e propagação da espécie. Os anéis grávidos se desprendem periodicamente e caem com as fezes.
    O hospedeiro intermediário é o porco, animal que, por ser coprófago (que se alimenta de fezes), ingere os proglótides grávidos ou os ovos que foram liberados no meio. Dentro do intestino do animal, os embriões deixam a proteção dos ovos e, por meio de seis ganchos, perfuram a mucosa intestinal. Pela circulação sangüínea, alcançam os músculos e o fígado do porco, transformando-se em larvas denominadas cisticercos, que apresentam o escólex invaginado numa vesícula. 
    Quando o homem se alimenta de carne suína crua ou mal cozida contendo estes cisticercos, as vesículas são digeridas, liberando o escólex que se everte e fixa-se nas paredes intestinais através dos ganchos e ventosas. 
    O homem com tais características desenvolve a teníase, isto é, está com o helminte no estado adulto, e é o seu hospedeiro definitivo. 
    Os cisticercos apresentam-se semelhantes a pérolas esbranquiçadas, com diâmetros variáveis, normalmente do tamanho de uma ervilha. Na linguagem popular, são chamados de "pipoquinhas" ou "canjiquinhas".
    Ciclo de Vida:
    • Ao se alimentar de carnes cruas ou mal passadas, o homem pode ingerir cisticercos (lasvas de tênia).
    • No intestino, a larva se liberta, fixa o escólex, cresce e origina a tênia adulta.
    • Proglotes maduras, contendo testículos e ovários, reproduzem-se entre si e originam proglotes grávidas, cheias de ovos. Proglotes grávidas despremdem-se unidas em grupos de 2 a 6 e são liberados durante ou após as evacuações.
    • No solo, rompem-se e liberam ovos. Cada ovo é esférico, mede cerca de 30 mm de diâmetro, possui 6 pequenos ganchos e é conhecido como oncosfera. Espalha-se pelo meio e podem ser ingeridos pelo hospedeiro intermediário.
    • No intestino do animal, os ovos penetram no revestimento intestinal e cae no sangue. Atingem principalmente a musculatura sublingual, diafragma, sistema nervoso e coração.
    • Cada ovo se transforma em uma larva, uma tênia em miniatura, chamada cisticerco, cujo tamanho lembra o de um pequeno grão de  canjica. Essa larva contém escólex e um curto pescoço, tudo envolto por uma vesícula protetora.
    • Por autoinfestação, ovos passam para a corrente sangüínea e desenvolvem-se em cisticercos (larvas) em tecidos humanos, causando uma doenças - a cisticercose que pode ser fatal.
    Sintomas:
    Muitas vezes a teníase é assintomática. Porém, podem surgir transtornos dispépticos, tais como: alterações do apetite (fome intensa ou perda do apetite), enjôos, diarréias freqüentes, perturbações nervosas, irritação, fadiga e insônia.
    Tratamento:
    O tratamento, este consiste na aplicação de dose única (2g) de niclosamida. Podem ser usadas outras drogas alternativas, como diclorofeno, mebendazol, etc. O chá de sementes de abóbora é muito usado e indicado até hoje por muitos médicos, especialmente para crianças e gestantes.
    Prevenção:
    • Cozinhar bem as carnes antes do consumo.
    • Educação Sanitária
    • Consumir somente carne confiáveis.
    Fontes:


    Plateomintos

    Os platelmintos são vermes de corpo achatado dorso-ventralmente (platy= chato; helminto= verme),com simetria bilateral (aparece pela primeira vez na escala evolutiva). Existem aproximadamente 20 mil espécies descritas de platelmintos. Podem ser parasitas ou de vida livre, estes podendo ocorrer nos mares, água doce ou em ambientes terrestres úmidos. Como parasitas de seres humanos podemos citar a tênia e o Schistosoma mansoni, causador da esquistossomose. Outros animais também podem ser parasitados como o boi, o porco, os cachorros, gatos, etc. O corpo pode ou não possuir uma segmentação. A maioria das espécies são monóicas.

    Dividem-se em três classes:
    • Turbellaria: são os mais primitivos dentre todos os animais bilaterais. Possuem tamanho diminuto, baixo nível de cefalização e não possuem ânus, indicando características primitivas. A maioria das espécies dessa classe são marinhas, no entanto, existem espécies de água doce e outras terrestres que vivem em ambientes úmidos. São animais bentônicos, vivendo sobre ou embaixo de pedras, algas e outros objetos. Ex: planária.
    • Trematoda: são parasitas internos ou externos de vertebrados, possuem formato de folha de árvore, com ventosas ou outro órgão de fixação. Ex: Schistosoma mansoni, causador da esquistossomose.
    • Cestoidea: também conhecidos como tênias, são parasitas intestinas de vertebrados, com corpo alongado em formato de fita, composto de um escólex provido de órgãos de fixação, (como ventosas ou ganchos), de um colo e um estróbilo, formado por uma cadeia de segmentos, denominados proglótides. Ex: tênia.

    Embriologia
    São acelomados (não possuem celoma) e triblásticos (possuem os três folhetos germinativos: ectoderme,mesoderme e endoderme). Possuem simetria bilateral.
    A ectoderme dá origem ao revestimento externo, a mesoderme dá origem à musculatura e ao parênquima, que é um tecido que preenche todo o espaço entre o intestino e a parede do corpo. A endoderme dá origem ao intestino e seu revestimento.


    Os platelmintos possuem um epitélio simples, sendo a epiderme formada por uma camada simples de células. As espécies parasitas apresentam uma cutícula de proteção e, em alguns casos, ventosas para fixação. Alguns apresentam cílios na região ventral, para fins de locomoção. Podem possuir células mucosas, que produzem lubrificação para facilitar a locomoção.

    Sistema Digestório
    Quando o sistema digestório  presente nos platelmintos, possui uma única abertura, constituindo boca, faringe e intestino, que termina em fundo cego (caso das planárias e esquistossomos). As tênias (cestóides) não possuem qualquer rudimento de sistema digestivo e se nutrem por absorção através da vasta superfície corporal.
    Os membros da classe Turbellaria, são, provavelmente, os mais primitivos de todos os animais bilaterais existentes. São predadores e saprófagos, sendo sua digestão iniciada a nível extracelular, passando em seguida para nível intracelular. As espécies menores possuem um intestino simples com formato de um saco com uma faringe simples ou bulbosa. Já as espécies maiores possuem esse órgão ramificado e uma faringe plicada, geralmente tubular.

    Os trematódeos possuem ventosas, utilizadas na fixação desses parasitas ao hospedeiro. É encontrado intestino e, em certas espécies, a boca anterior associa-se a uma segunda ventosa.

    Sistema Respiratório
    Os platelmintos são desprovidos de sistema respiratório. Nas espécies que vivem livres no ambiente, a respiração é aeróbica, sendo as trocas realizadas por meio de difusão epitelial, enquanto que nas espécies parasitas, é anaeróbica.

    Sistema Excretor
    Apresenta-se com protonefrídias, que possuem células terminais multiciliadas chamadas de células-flama (ou solenócitos), responsáveis pela eliminação do excesso de água e os resíduos metabólicos para o exterior do organismo, por meio de um sistema de canais. Esses seres são amoniotélicos, em outras palavras, excretam amônia.

    Sistema Locomotor
    locomoção dos platelmintos se dá por meio de cílios. Grande parte dos turbelários é ciliada; as espécies maiores movem-se através de cílios com o auxilio de ondulações musculares existentes na parte ventral do corpo. Existe um sistema de glândulas duplas que possibilitam a fixação temporária em diversas espécies.
    As espécies parasitas possuem o tubo músculo-dermático, relacionado, entre outras coisas, com a locomoção. Os embriões dos trematódeos são ciliados, possibilitando sua movimentação na água em busca de um hospedeiro.

    Sistema Nervoso
    Os platelmintos são os primeiros seres vivos com sistema nervoso central, composto por um anel nervoso que se liga a cordões longitudinais ou por um par de gânglios cerebróides, de onde saem filetes nervosos laterais que percorrem todo o corpo através de ramificações, proporcionando uma melhor coordenação muscular aos platelmintos.

    As planárias de água doce possuem dois ocelos na região da cabeça, estruturas foto-receptoras. Estas estruturas não são capazes de formar imagens, apenas perceber luz.
    Nas aurícolas, regiões laterais da cabeça, estão presentes células quimiorreceptoras, capazes de perceber várias substâncias químicas que se encontram dissolvidas na água.

    Sistema Circulatório
    Ausente

    Sistema Reprodutor
    A reprodução varia de acordo com a espécie. Os tubelários são hermafroditas simultâneos, possuindo um aparelho reprodutor adaptado à fertilização interna e à deposição de ovos. As planárias, por exemplo, são hermafroditas de fecundação cruzada, ou seja, necessitam de um parceiro para a fecundação, mas também podem se reproduzir assexuadamte por meio da fragmentação do corpo e regeneração das partes ausentes em cada segmento. Já  os trematódeos e os cestódeos, possuem o corpo formado por proglótides, sendo que em cada uma dessas estruturas maduras, há a presença de órgãos reprodutores de ambos os sexos. Deste modo, a reprodução pode ocorrer por autofecundação na mesma proglótide ou entre proglótides distintas


    sábado, 19 de outubro de 2013

    Briófitas

    Os vegetais são classificados em quatro tipos diferentes: briófitas, pteridófilas, gimnospermas e angiospermas. Nessa postagem iremos estudar melhor sobre as briófitas.


    Essa divisão compreende vegetais terrestres com morfologia bastante simples, conhecidos popularmente como "musgos" ou "hepáticas", sendo os musgos  muito mais comuns. Eles são mais encontrados em paredes úmidas, em vasos de plantas, barrancos úmidos, etc. As hepáticas são mais encontradas em lagos e represas (águas paradas), são muito pequenas, dificeis de ver. Há hepáticas terrestres, como a Marchantia, que nasce em ambientes muito úmidos. Nesse grupo não há representantes marinhos.
    São organismos eucariontes, pluricelulares, onde apenas os elementos reprodutivos são unicelulares, enquadrando-se no Reino Plantae, como todos os demais grupos de plantas terrestres.



    Morfologia

    As briófitas são plantas avasculares de pequeno porte que possuem muitos e pequenos cloroplastos em suas células. O tamanho das briófitas está relacionado à ausência de vasos condutores, chegando no máximo a 10 cm em ambientes extremamente úmidos. A evaporação remove consideravelmente a quantidade de água para o meio aéreo. A reposição por absorção é um processo lento. O transporte de água ao longo do corpo desses vegetais ocorre por difusão de célula a célula, já que não há vasos condutores e, portanto, é lento.

    Reprodução

    O ciclo haplodiplobionte nos musgos
    Nos musgos e em todas as briófitas, a metagênese envolve a alternância de duas gerações diferentes na forma e no tamanho. Os gametófitos, verdes, são de sexos separados e duram mais que os esporófitos.
    Existem órgãos especializados na produção de gametas chamados gametângios e que ficam localizados  no ápice dos gametófitos. O gametângio masculino é o anterídio e seus gametas, os anterozoides. O gametângio feminino é o arquegônio que produz apenas um gameta feminino, a oosfera.
    Para ocorrer o encontro dos gametas é preciso, inicialmente, que os anterozoides saiam dos anterídios. Gotículas de água do ambiente que caem nos anterídios libertam os gametas masculinos. Deslocando-se na água, os anterozoides entram no arquegônio e apenas um deles fecunda a oosfera. Forma-se o zigoto que, dividindo-se inúmeras vezes, origina o embrião. Este, no interior do arquegônio, cresce e forma o esporófito.
    O jovem esporófito, no seu crescimento, rompe o arquegônio e carrega em sua ponta dilatada um pedaço rompido do arquegônio, em forma de "boné", conhecido como caliptra. Já como adulto, o esporófito, apoiado no gametófito feminino, é formado por uma haste e, na ponta, uma cápsula (que é um esporângio) dilatada, dotada de uma tampa, coberta pela caliptra.
    No esporângio células 2n sofrem meiose e originam esporos haploides. Para serem liberados, é preciso inicialmente que a caliptra seque e caia. A seguir, cai a tampa do esporângio. Em tempo seco e, preferencialmente, com vento os esporos são liberados e dispersam-se. Caindo em locais úmidos, cada esporo germina e origina um filamento semelhante a uma alga, o protonema. Do protonema, brotam alguns musgos, todos idênticos geneticamente e do mesmo sexo. Outro protonema, formado a partir de outro esporo, originará gametófitos do outro sexo e, assim, completa-se o ciclo. Note que a determinação do sexo ocorre, então, já na formação dos esporos.
    O Vídeo a seguir ilustra bem o processo de reprodução das briófitas:

    Fontes: 

    Tecido Vegetal - Meristema

    Um dos tecidos mais importante e o que dá origem aos demais tecidos vegetais é o meristema. Esse tecido é encontrado no embrião e ao se diferenciar forma os demais tecidos vegetais. No adulto ele é responsável pelo crescimento das plantas.
    O Meristema pode ser dividido primário e secundário.

    Os meristemas primários  são formados a partir da embriogênese, ou seja, descendem diretamente das primeiras células embrionárias, presentes nas sementes. São encontrados nas dicotiledôneas anuais de pequeno porte e na maioria das monocotiledôneas. O meristema responsável pelo crescimento em comprimento da raiz não é terminal, mas está protegido sob um capuz celular chamado de coifa.
    O meristema primário divide-se em três partes:
    • Protoderme – o protoderme é o meristema que origina a epiderme.
    • Procâmbio – este é o meristema que origina os tecidos vasculares do sistema vascular primário, ou seja, de onde surge o xilema e o floema. O xilema nas plantas vasculares tem a função de transportar seiva bruta nos vasos presentes nestas plantas vasculares. O floema fica responsável pelo transporte de seiva elaborada (glicose), que fornece alimento para as células.
    • Meristema fundamental – formam todos os tecidos primários do sistema fundamenta dos tecidos do córtex: parênquima, colênquima e esclerênquima.
      • O parênquima ocupa os espaços vazios deixados pelos tecidos de proteção e condução, suas paredes são delgadas, normalmente possuem parede primária e são encontrados em todos os órgãos vegetais;
      • O colênquima ajuda a suportar os órgãos em crescimento, possui celulose e podem possuir cloroplastos;
      • O esclerênquima é composto por células vegetais mortas e sua parede celular é espessa e lignificada; tem a função de resistência.

    Tipos de meristemas primários

    • Radiculares – A parte mais externa do meristema é a coifa, que tem a função de proteger o meristema apical, dando origem a raiz das plantas.
    • Caulinares – Camada que segue a camada radicular, que dá origem ao xilema e ao floema primários.
    • Meristema basal  – Dá origem a medula e ao câmbio cortical, que dá origem ao córtex, que por sua vez é o que transforma as plantas em árvores.
    O meristema primário ainda contém o caliptrogênio, que forma a coifa ou caliptra.







    Meristemas secundários, popularmente conhecidos como sistema secundário, são encontrados em dicotiledôneas egimnospermas. Meristemas secundários surgem a partir de células diferenciadas, normalmente parenquimáticas. Estemeristema  adquire a capacidade de realizar a mitose, que em botânica tem a terminologia de desdiferenciação.  As células deste mostram-se com características opostas do meristema primário, com seu núcleo periférico, parede celular espessa, diferença no tamanho das células e vacúolo central. Os meristemas secundários crescem a partir pelo aumento dos tecidos vasculares presentes nos meristemas primários.
    Existem dois tipos de meristema secundário: câmbio vascular e felogênio (câmbio cortical).
    O câmbio vascular tem origem no centro da raiz ou do caule, na parte interna do xilema secundário e externa do floema. O nome xilema secundário dá-se devido ao seu crescimento que se inicia no câmbio vascular e não no meristema primário. Lembrando que o câmbio vascular não produz tecidos laterais, apenas tecidos lenhosos de caules e raízes.
    Existe uma camada de células cilíndricas que passa por toda a raiz, e é responsável pelo aumento em diâmetro do caule e da raiz, podendo também ser responsável pela formação de novos vasos condutores.  O câmbio vascular fica localizado, em plantas mais jovens, próximo ao ápice, enquanto que em plantas mais velha se localiza mais perto do solo.
    O felogênio se localiza na periferia da raiz ou do caule na parte interna da feloderme e na externa do súber, e é derivada do câmbio da casca (cortical). Diferenciam-se como células suberificadas que formam uma camada protetora denominada periderme.
    A função do meristema secundário é produzir a periderme que é responsável por substituir a epiderme, produzindo um tecido protetor da planta. O súber, podendo ser chamado também de cortiça, é composto por células que variam de forma, podendo ser paliçadas, arredondadas, quadradas, etc. Não apresentam espaço intercelular, geralmente mortas na maturidade, e sua parede contem suberina. A suberina é uma cera que é sintetizada pelas células do súber com crescimento secundário, sendo altamente hidrofóbica.
    A feloderme é composta por células parenquimáticas ativas, normalmente constituída por apenas uma camada de células, mas podendo ocorrer em alguns casos três ou quatro camadas. São diferenciadas do parênquima devido seu alinhamento com o felogênio. Estas células podem desempenhar diversas funções como: produção de fenólicos, fotossíntese e as vezes formando estruturas secretoras.
    O câmbio vascular e o felogênio são conhecidos também como meristemas laterais, devido a posição em que se localizam.





    Fonte: